
Nos últimos anos, os dispositivos de Internet das Coisas (IoT) se tornaram comuns tanto em residências quanto em empresas. De câmeras de segurança a cafeteiras inteligentes, esses aparelhos facilitam o dia a dia, mas também se tornaram alvos preferidos de ataques cibernéticos. O grande problema é que, na maioria das vezes, os proprietários nem percebem que seus dispositivos foram comprometidos. Neste artigo, vamos explicar como esses ataques acontecem, quais são os dispositivos mais visados, por que esses ataques ocorrem e o que pode ser feito para se proteger.
Como Funcionam os Ataques a Dispositivos IoT?
Os dispositivos IoT são, essencialmente, pequenos computadores conectados à internet. Muitos deles vêm com configurações de fábrica pouco seguras, como senhas padrão fracas e ausência de atualizações automáticas. Isso os torna alvos fáceis para cibercriminosos, que exploram vulnerabilidades para invadir e assumir o controle desses aparelhos.
Os métodos mais comuns de ataque incluem:
- Acesso remoto por senhas fracas: Muitos dispositivos vêm com credenciais padrão que raramente são alteradas pelos usuários. Hackers utilizam listas dessas senhas e realizam ataques automatizados até conseguirem acesso.
- Exploração de falhas de segurança: Algumas falhas no software do dispositivo permitem que um invasor controle o aparelho. Quando o fabricante não libera atualizações de segurança, essas falhas permanecem exploráveis por tempo indefinido.
- Ataques por meio da rede Wi-Fi: Se o roteador não estiver seguro, hackers podem acessá-lo e, a partir dele, comprometer qualquer dispositivo conectado.
Por Que Esses Ataques Acontecem?
Os cibercriminosos raramente atacam dispositivos IoT por mero vandalismo. Há sempre um objetivo por trás, e os mais comuns são:
- Criar botnets para ataques massivos:
Uma vez infectado, o dispositivo IoT pode se tornar parte de uma rede zumbi (botnet) controlada por hackers. Essas redes podem ser usadas para disparar ataques de negação de serviço (DDoS) contra servidores e sites, derrubando serviços e causando prejuízos a empresas e governos. - Mineração de criptomoedas:
Alguns ataques sequestram o processamento dos dispositivos IoT para minerar criptomoedas, deixando os aparelhos mais lentos e aumentando o consumo de energia sem que o usuário perceba. - Espionagem e roubo de dados:
Dispositivos como câmeras de segurança e assistentes virtuais podem ser usados para espionar ambientes e coletar informações valiosas, que podem ser vendidas ou utilizadas em crimes mais elaborados. - Acesso a redes internas:
Um hacker pode usar um dispositivo IoT vulnerável como porta de entrada para atacar outros sistemas da empresa ou residência, comprometendo computadores e servidores conectados à mesma rede.
Os Dispositivos Mais Atacados
Qualquer aparelho conectado à internet pode ser um alvo, mas alguns são atacados com mais frequência devido à sua popularidade e baixa segurança. Os principais alvos incluem:
- Câmeras de segurança e babás eletrônicas – São alvos frequentes porque muitas têm senhas fracas e firmware desatualizado. Invasores podem acessá-las para espionar ou usá-las em botnets.
- Roteadores – Um roteador comprometido pode permitir que hackers interceptem dados ou controlem toda a rede da casa ou empresa.
- Smart TVs – Alguns modelos podem ser usados para coletar dados dos usuários ou exibir anúncios maliciosos.
- Lâmpadas e tomadas inteligentes – Embora pareçam inofensivas, elas podem servir como porta de entrada para ataques a redes Wi-Fi.
- Cafeteiras e geladeiras conectadas – Dispositivos inusitados, mas que já foram explorados em ataques. Como esses produtos raramente recebem atualizações de segurança, podem ser sequestrados por botnets.
Por Que Muitos Dispositivos Permanecem Vulneráveis?
Um dos maiores problemas da IoT é a falta de suporte contínuo por parte dos fabricantes. Muitos dispositivos são abandonados pelas empresas poucos anos após o lançamento, sem receber mais patches de segurança. Isso significa que qualquer falha encontrada nesses aparelhos pode ser explorada indefinidamente por hackers.
Isso acontece por vários motivos:
- Fabricantes priorizam novos produtos em vez de manter os antigos atualizados.
- Alguns dispositivos têm hardware limitado, dificultando a aplicação de correções.
- Muitos usuários não sabem que precisam atualizar seus dispositivos ou não sabem como fazer isso.
Essa falta de suporte cria um grande problema de segurança, pois muitos desses dispositivos continuam em uso mesmo anos após serem abandonados pelas fabricantes.
Como Evitar Que Seu Dispositivo IoT Seja Hackeado?
Embora os riscos sejam altos, existem maneiras simples de se proteger contra ataques a dispositivos IoT. Aqui estão algumas medidas eficazes:
✔ Altere as senhas padrão imediatamente – Sempre troque a senha de fábrica do dispositivo por uma senha forte e exclusiva.
✔ Mantenha o firmware atualizado – Verifique regularmente se há atualizações de segurança e aplique-as assim que estiverem disponíveis.
✔ Desative recursos desnecessários – Se um dispositivo tem acesso remoto ou outros serviços que você não usa, desative-os para reduzir a superfície de ataque.
✔ Use redes separadas – Configure uma rede Wi-Fi exclusiva para dispositivos IoT, separando-a da rede principal usada por computadores e celulares.
✔ Invista em segurança para roteadores – Use criptografia forte (WPA3 ou WPA2) e altere as credenciais de administrador do roteador.
✔ Evite dispositivos sem suporte contínuo – Antes de comprar um dispositivo IoT, pesquise se o fabricante oferece atualizações regulares e suporte técnico.
Os dispositivos de Internet das Coisas oferecem conveniência, mas também representam riscos se não forem protegidos adequadamente. Muitos ataques ocorrem silenciosamente, e os usuários nem percebem que seus dispositivos foram comprometidos. Como muitas empresas descontinuam seus produtos sem fornecer mais atualizações de segurança, cabe ao usuário adotar medidas preventivas para minimizar os riscos.
Manter dispositivos atualizados, configurar senhas fortes e utilizar boas práticas de segurança na rede são passos essenciais para garantir que sua casa ou empresa não se torne um alvo fácil para cibercriminosos.